Teoria do Conhecimento - Parte 3 de 5

O conhecimento revelado – relativo a Deus – é o conjunto de verdades no qual as pessoas chegaram não com auxílio de sua inteligência, mas mediante aceitação dos dados da revelação divina e adquiridos nos livros sagrados. Essas verdades passam a ser consideradas como legítimas e por isso são aceitas.

Assim, o conhecimento teológico envolve-se em doutrinas que contêm proposições sagradas, valorativas (por terem sido reveladas pelo sobrenatural), inspiracional e, por esse fato, tais verdades são consideradas infalíveis, indiscutíveis e exatas. Refere-se também a um conhecimento sistemático do mundo (origem, significado, finalidade e destino) como obra de um criador divino e suas evidências não são verificadas, pois sempre está implícita uma atitude de fé diante de um conhecimento revelado.

Conhecimento filosófico

O conhecimento filosófico diferencia-se do conhecimento científico pelo objeto de investigação e o método. A filosofia é a ciência mãe, da qual foi, pouco a pouco, separando formas de pensar e métodos que mais tarde se especializaram e não só se tornaram independentes, como também hoje são considerados ciência. Mesmo assim, ainda hoje, é difícil estabelecer contornos que separam o conhecimento filosófico de outros tipos de conhecimento. O objeto da filosofia é constituído de realidades mediatas, imperceptíveis aos sentidos, e por serem de ordem suprassensível, excedem a experiência.

Classicamente, filosofia é considerada a ciência das coisas por suas causas supremas. Modernamente, prefere-se falar em filosofar. Filosofar é interrogar, questionando, continuadamente, a si mesmo e a realidade. O objetivo do conhecimento filosófico é a busca constante de sentido, justificação, possibilidades e interpretação a respeito daquilo que envolve o ser humano e sua própria existência. A filosofia busca compreender a realidade em seu contexto mais universal, refletindo sobre o saber, interrogando-o. Busca-se verdades do mundo por meio da indagação e do debate.

De certo modo, assemelha-se ao conhecimento científico, por valer-se de uma metodologia experimental, mas dele distancia-se por se tratar de questões imensuráveis, metafísicas.

Neste sentido, o conhencimento filosófico é racional (consiste em um conjunto de enunciados logicamente correlacionados), valorativo (seu ponto de partida consiste em hipóteses que não poderão ser submetidas à observação; essas hipóteses filosóficas se baseiam na experiência e não na experimentação), não verificável (os enunciados das hipóteses filosóficas não podem ser confirmados ou refutados), sistemático (suas hipóteses e enunciados procuram uma representação coerente da realidade estudada na tentativa de verificar sua totalidade), infalível e exato (suas hipóteses e

postulados não são submetidos ao decisivo teste da observação, da experimentação).

Conhecimento científico

Diferentemente do conhecimento empírico, o conhecimento científico não atinge simplesmente os fenômenos, vai além do ente, do fato e do fenômeno, sua estrutura, organização e funcionamento, sua composição, causas e leis. O conhecimento científico atinge as causas dos fenômenos e sua constituição, desta forma envolve a capacidade de analisar, explicar, desdobrar, justificar, de aplicar leis e predizer com certa segurança eventos futuros.

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Para Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C), o conhecimento somente se dá de maneira absoluta quando se sabe qual foi a causa que produziu o fenômeno de interesse, porque não pode ser de outro modo. Refere-se o saber por meio da demonstração. A ciência é fruto da tendência humana para procurar explicações válidas, questionar, como também exigir respostas e justificações convincentes. O interessante é que o espírito questionador já se manifesta na primeira infância, quando a criança multiplica suas indagações sobre as coisas, chegando mesmo a confundir os adultos. Para ciência, infelizmente, a maioria das crianças acaba aceitando respostas incompletas, imperfeitas e com o tempo perdem o espírito interrogador.

O conhecimento científico nos remete a laboratórios, instrumental de pesquisa, trabalho programado, metódico, sistemático e não faz associações com inspirações religiosas, artísticas ou poéticas.