Outro ensinamento que aprendi com Natalie Goldberg é ser o mais específico possível no que você quer dizer. Há um texto dela em que está escrito:

Seja específico/a quando você escreva. Não use palavras vagas, mas sim concretas. Não diga "a fruta", diga "a maçã". Dê às coisas a dignidade do nome. Assim como fazemos com as pessoas, é falta de educação dizer: "Ei, menina, entre na fila". A "menina" tem nome. Na verdade, se tem mais de vinte anos é uma mulher. As coisas também têm nome. É muito melhor dizer "o gerânio na janela" do que "a flor na janela". Gerânio: uma única palavra é capaz de transmitir uma imagem muito mais precisa. Penetramos com mais profundidade no âmago daquela flor. Imediatamente avistamos a cena na janela: pétalas vermelhas, folhas verdes e redondas, espichando-se para o sol (GOLDBERG, 2005, p. 11, tradução nossa).

Goldberg fala que em certo momento resolveu aprender nomes das plantas e flores dos locais em que circulava para que pudesse incluir em possíveis trabalhos literários.

Comprei um livro de botânica e saí examinando folhas, cascas e sementes e tentando associá-las com as descrições e os nomes no livro. Bordo, olmo, carvalho, alfarrobeira. Para poupar-me o trabalho, muitas vezes perguntava às pessoas que trabalhavam em seus jardins que plantas eram aquelas. Surpreendi-me ao ver que poucos conheciam os seres vivos que habitavam seus pequenos canteiros (GOLDBERG, 2005, p. 97, tradução nossa).

O poeta também diz: "Nada de ideias, apenas coisas". Analise o que está debaixo do seu nariz.

Mas vá conhecer também aquilo que está mais distante, o nome de todas as coisas: pássaros, queijos, tratores, carros, prédios.

O escritor é tudo ao mesmo tempo: arquiteto, médico, chef francês, fazendeiro. E ao mesmo tempo não é nada disso.